quinta-feira, 30 de abril de 2009

Semana da África de 25 a 27.05.09 (BA)

ÁFRICA: DINÂMICAS SOCIAIS, POLÍTICAS E CULTURAIS NA CONTEMPORANEIDADE
de 25 a 27 de maio de 2009 - Salvador, Bahia - BRASIL
Veja a programação aqui.


Reforçando o que disse no III Encontro Nacional do FEOP, a luta das/os estudnates de origem popular não pode estar separa da luta das/os trabalhadoras/es, da emancipação plena da mulheres, do combate à homofobia e do fim do racismo e resgate da história da África: a luta das negras e negros no Brasil.

Segue abaixo um bom espaço para participarmos e nos aproximarmos/aprofundarmos nesse debate.

http://www.semanadaafrica.blogspot.com/

Semana da África - Apresentação
No dia 25 de maio de 1963, a Organização da Unidade Africana (OUA), hoje denominada União Africana (UA) foi criada pelos lideres africanos, com a sede permanente em Addis-Abeba, capital da Etiópia. Esta é uma data histórica comemorável em toda a África como o dia da solidariedade, e também da reflexão dos acontecimentos sócio-políticos e econômicos do continente.

No Brasil, até hoje a história da África tem sido mascarada e desfigurada, pela “força dos fatos”, ou seja, pela ignorância. O que se sabe da África no Brasil, de uma forma generalizada, são informações transmitidas através da imprensa nacional, estereotipada e deturpada pela mídia.

Na contramão da “força dos fatos” a semana da África lançou a idéia de re-pensar a África através da complexidade que qualquer continente exige. Assim, a terceira edição da Semana da África convida a todos para mais uma reflexão sobre as relações entre Brasil e África. Trazendo para o cenário o debate sobre as dinâmicas sociais, políticas e culturais, enfatizando a literatura, as religiões, relações de gênero, cinema, intercâmbio educacional, enfim dando visibilidade a uma herança mais que significativa para o Brasil.

Objetivos
. Promover o debate alargado sobre África, tendo em consideração as dinâmicas sociais registradas nos diversos contexto (s) Africano (s).
. Discutir o papel da mulher negra na África e no Brasil.
. Refletir sobre as diversas representações da África presentes no imaginário brasileiro.
. Analisar a importância da África nas ressignificações culturais e identitárias do negro brasileiro.
. Discutir o ensino de História da África e a Efetivação da lei 10.639/03.
. Problematizar sobre as políticas de intercâmbio cultural entre Brasil e África.

danilo, ufs
fneop

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Zumbi Somos Nós - Frente 3 de Fevereiro

http://www.frente3defevereiro.com.br/

A Frente 3 de Fevereiro é um grupo de pesquisa e intervenção artística acerca do racismo na sociedade brasileira. Sua abordagem cria novas leituras e coloca em contextos dados que chegam à população de maneira fragmentada através dos meios de comunicação. As intervenções artísticas criam novas formas de manifestação sobre as questões raciais.

Para pensar e agir em uma realidade em constante mudança, permeadas por transformações culturais de diversas escalas e sentidos, se fazem necessárias novas estratégias. A Frente 3 de Fevereiro associa o legado artístico de gerações que pensaram maneiras de interagir com o espaço urbano à histórica luta e resistência da cultura afro-brasileira.

No vídeo abaixo temos um trecho extraído do documentário "Zumbi Somos Nós", dirigido pelo coletivo "Frente Três de Fevereiro", sobre as relações raciais no Brasil. Nesta cena, ao som dos versos de MC Gaspar, do grupo Z'Africa Brasil, ve-se uma ação de reintegração de posse pela polícia militar, contra a Ocupação Prestes Maia , em São Paulo.




Agradeço à colega Ju, do Coletivo de Mulheres Severinas / Se, e Aquino, grande parceiro que toca o blog dub-o-matic.

danilo, ufs
fneop

terça-feira, 28 de abril de 2009

Reunião Segunda 04.05.09 às 15h no MSN

Olá pessoas bonitas e bem relacionadas

sei que pouco passo aqui, mas quando passo é para coisas importantes.

conversando com o Danilo hoje, ele trouxe uma proposta de discutir a participação no CNE, ele já tinha falado com o Fco Marcelo, e conversando comigo sugeri de fazermos uma reunião virtual para tal, assim, chamo a tod@s para que na próxima segunda 04.05.09 às 15h, faremos reunião com a seguinte pauta:

- Informes
- Mobilização pra aprovar Lei de Extensão
- discutir participação no CNE e tese sobre Assistência Estudantil
- O que ocorrer

em anexo, seguem alguns docs referentes ao CNE
http://new.flyupload.com/index.php?/files/view/4WnDLQ0QHdpTQFywj4Hd

e o saite
http://www.congressodeestudantes.org.br/


sendo assim, contamos com todos para darmos andamento nessa e outras atividades

beijos a tod@s
--
Tatty Calixto
(48) 99084428
tattyrcalixto@hotmail.com
---

danilo, ufs
danilokamarov@hotmail.com

QUINTAS DE DIÁLOGOS - 30.04.09 - ÁFRICA: um outro olhar é possível

O Programa Conexões de Saberes: diálogos entre a universidade e as comunidade populares convida a todas/os para:

QUINTAS DE DIÁLOGOS
Espaço de formação e debate com temáticas atuais que propiciem um diálogo entre a universidade e a sociedade

ÁFRICA: um outro olhar é possível
30/04 às 14h
Auditório E1 da faculdade de Letras/UFRJ
Campus Ilha do Fundão – Cidade Universitária

Convidadas/os:
Prof.º Ms. Frank Wilson Roberto / Dança-UFRJ
Prof.ª Ms. Marinete José / Letras-UFRJ
Prof.ª Drª. Carmem Lucia / Letras-UFRJ
Profª. Dr.ª Teresa Salgado / Letras-UFRJ

Enviado por Thalita Maria

---

danilo, ufs
fneop

O que é o Transence?

Um texto que fiz para contribuir com o debate de gênero e diversidade sexual no Movimento de Casas de Estudantes.

danilo, UFS
fneop
---

SENCE – SECRETARIA NACIONAL DE CASAS DE ESTUDANTES
Regional Norte/Nordeste
Secretaria de Gênero: Darci-UFMA e Bruno-UFS

O que é o Transence?

Danilo Kamarov (Bruno), História UFS
Sencenne, Gênero

De forma pontual e categórica, o Transence é um espaço de opressão. Mais um no meu entendimento. A forma como é concebido e desenvolvido acaba por reproduzir preconceitos e principalmente reforçar a marginalização d@s* homossexuais. Mas vamos entender porque isso acontece.

Primeiramente, o Transence é um momento amplamente despolitizado, uma vez que não há debates/discussões e é visto apenas como “cultural” (no pior sentido da expressão, aquele que cultural é só festa/show). É uma reprodução do carnaval onde as pessoas se ridicularizam (no sentido literal, de fazer rir). E neste caso, se ridicularizar é se travestir. É isso que pensamos, que queremos? Travestir é algo ridículo?

Outro paralelo com o carnaval é a marginalização. Durante o ano todo (carnaval), ou a semana toda (ENCE), existe um dia específico para se travestir. Apenas naquele dia não haveria preconceitos, pois tod@s estão travestid@s. Mas isso é uma falácia: existe um dia para as pessoas expressarem o que realmente são, mas isso só é possível porque estão invisíveis uma vez que tod@s estão travestid@s. Seria o dia do avesso, no resto do ano/semana tod@s devem voltar ao “normal”.

Segundo, a eleição do Transence é baseada em quais critérios? @ mais escrot@, mais ridícul@? Podemos ver que não há nenhuma valorização da cultura e dos direitos d@s homossexuais. Pelo contrário, reproduzimos os estereótipos d@ homossexual. Até a troca dos nomes é realizada, principalmente entre os meninos que ganham nomes femininos “de guerra”. Alguém acredita que tod@ homossexual quer mudar de sexo? Homossexual é a atração física, emocional, estética e espiritual com seres do mesmo sexo, não quem quer mudar de sexo. E porque então no Transence tod@s se portam de forma afetada? Meninos se tornam afeminados e meninas “machonas”. Isso são estereótipos.

Terceiro. Seguindo a linha do reforço aos estereótipos e marginalização, restringimos @s homossexuais a espaços festivos. É como se esse fosse o limite deles, para além de festas hedonistas a relação homoerótica não é aceita. Para quem não sabe, quando a AIDS começou a ser disseminada, um dos argumentos que culpavam os homossexuais era que eles levavam uma vida promíscua. Grandes críticas à Parada Gay é que se enfatiza muito o desfile, os corpos, reforçando esse tipo de preconceito. É difícil imaginar @s homossexuais trabalhando, estudando, vivendo para a família.

Essa problemática também foi discutida nos encontros de História, mas o avanço foi nulo. Mudou-se de título, não é mais ENEH Gay-Sapa, agora é ENEH Fantasia. Mudou-se a embalagem e manteve-se o conteúdo. Algo parecido aconteceu no XII Ennece Sergipe 2008. No projeto inicial não tinha a cultural do Transennece, quando voltou do pré-ennece foi incluída sob o argumento de estar seguindo as deliberações do Ennece anterior. Belezau. Na plenária inicial do XII Ennece questionei qual o caráter do Transennece e expliquei minha compreensão deste como um espaço de opressão. A resposta é que o Transennece na verdade seria a noite da música eletrônica, trance principalmente. Vai vendo. Quando da noite cultural, o eletrônico rolando, começa uma movimentação. Não se sabe quem, não se sabe como, mas organizaram o desfile e a eleição do Transennece. E acabou-se reproduzindo todo o preconceito comentado no início.

Para o Transence ter alguma legitimidade, primeiramente é preciso politizar o espaço. Não apenas com GT que acaba se restringindo a quem se interessa pelo tema, mas com uma mesa como no XXXI ENCE Recife 2007. Com a institucionalização dos dias de opressão, onde um dia do Encontro e outro no ano, tod@s que se sentirem à vontade passariam o dia todo travestid@**. E neste último ponto temos uma grande diferenciação.

O Dia de Opressão começa não quando as pessoas saem na rua e passam o dia travestid@s, mas quando se toma a decisão de fazê-lo. Quando recusamos já nos politizamos se pensarmos porque recusamos. Não queremos ser ridicularizad@s, não queremos ser humilhad@s, etc. Não queremos isso nem por um dia, então imagine isso acontecendo toda a sua vida? O Dia de Opressão é um dia onde nosso cotidiano se mantém o mesmo com a diferença de estarmos travestid@s. Então iríamos travestid@s para assistir a aula, para o mercado fazer compras, ao andar de ônibus, ir pro trabalho (na medida do possível) etc. Sentir os olhos acusadores, as risadas debochantes, as piadas ofensivas, sentir um dia de opressão. É uma vivência mesmo! A partir daí podemos pensar em fechar uma noite do ENCE com uma cultural, que com certeza teremos uma compreensão desta noite muito diferente da que temos hoje.

* o uso do @ é para designar os dois sexos. É uma alternativa a expressões como “todos e todas”, “trabalhadores/as”.
** No caso dos meninos é mais fácil se travestir, basta colocar uma saia. As meninas precisam ser mais criativas, uma vez que existe menos simbologia no que seria “roupa de menino”.

Cotas raciais sob ameaça! Você tem algo com isso?

*Se vc tem algo com isso, se isso é de sua conta, eu pergunto: você sabe se os senadores do seus estado, ou o senador em quem você votou, é contrário ou favorável a lei em questão? Saiba o que faz quem diz lhe representar!

Levantamento do Correio aponta que maioria dos senadores da CCJ é contra o projeto que prevê reserva de vagas nas universidades para índios, negros e pardos. Parlamentares defendem critério socioeconômico.

Depois de tramitar por uma década na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que institui as cotas raciais para ingresso nas universidades públicas corre o risco de voltar à estaca zero. Levantamento do Correio mostra que apenas os seis parlamentares do bloco de apoio ao governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde a matéria aguarda parecer, são favoráveis à utilização do critério étnico para a reserva de vagas. Os demais senadores — no total são 23 titulares, além do presidente e do vice — devem acompanhar o voto em separado que será apresentado pelo presidente da comissão, Demostenes Torres (DEM-GO). No relatório paralelo, ele vai retirar o ponto mais polêmico do projeto: o critério racial. A votação na CCJ está prevista para a próxima quarta-feira.

Desde que a proposta chegou ao Senado, depois de aprovado na Câmara, o parlamentar expressa sua opinião contrária. Embora reconheça que índios, pardos e negros tenham sido excluídos historicamente, Torres acredita que as cotas raciais podem dividir a sociedade brasileira. "A característica do povo brasileiro é a miscigenação, e uma lei que leva em conta as diferenças étnicas é racista", costuma defender.

O voto do presidente vai bater de frente com o relatório da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que será favorável ao texto enviado pela Câmara, que prevê tanto o recorte social como o étnico. Para ela, retirar do PLC 180/08 o critério racial é descaracterizar o projeto. "Já disseram que essa lei, uma vez aprovada, estaria legitimando o racismo, mas não consigo entender o porquê. Ao contrário, não aprová-la é que é uma atitude racista", diz a parlamentar, que ontem participou de um ato público em defesa do projeto.

Em seu relatório, Serys vai rejeitar o PLS 344/08, do senador Marconi Perillo (PSDB-GO), que tramita apensado ao PLC 180/08. A proposta do parlamentar é destinar parte das vagas nas instituições de ensino superior a alunos egressos de escolas públicas, por um período de 12 anos. "O critério de natureza social contém o de natureza étnica e racial, mas a recíproca não seria verdadeira. A proposta para a implantação de reservas de vagas nos cursos de graduação ficará mais bem assentada se a voltarmos para os estudantes que tenham cursado os quatro últimos anos do ensino fundamental e todo o ensino médio em escolas públicas estaduais e municipais", argumenta Perillo.

Já a senadora defende veementemente que a reserva de vagas para pardos, índios e negros é uma forma de fazer justiça a pessoas que foram excluídas do processo educacional. Professora durante 26 anos em Mato Grosso, ela diz que pode contar nas mãos a quantidade de alunos negros e indígenas que teve em sala de aula. "Já temos muitas universidades que têm o corte da escola pública. Temos universidades que têm o corte da renda e temos universidades com corte da questão do negro. Mas um projeto de lei que traga no seu bojo os três cortes, isso é que vai ser a transformação para valer para pessoas que nunca tiveram oportunidades", argumenta.

Perillo afirma, porém, que defender cotas unicamente sociais não é uma forma de negar a injustiça histórica cometida contra parte da população. "Priorizar o critério social não significa ignorar os 300 anos de escravidão do Brasil, tampouco desconsiderar que, ao final do processo de abolição, não houve qualquer mecanismo de integração do negro à sociedade", diz. Mas, para o parlamentar, é importante usar o corte de renda para corrigir as distorções que atingem a sociedade contemporânea.

Em seu relatório, a senadora vai usar o argumento de que pesquisas mostram que, mesmo entre pobres, os negros são mais desfavorecidos socialmente. Já para combater juridicamente o argumento de que as cotas ferem a autonomia universitária, ela vai remeter a um voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Eros Grau, segundo o qual "o exercício desta autonomia não pode, contudo, sobrepor-se ao quanto dispõem a Constituição e as leis".

Na quarta-feira, durante a reunião da CCJ, o relatório de Serys será lido, seguido pelo voto em separado. Qualquer que seja o resultado da votação, a matéria seguirá para as comissões de Educação e Direitos Humanos para, em seguida, ser votada no plenário da Casa. Se sofrer qualquer modificação em relação ao texto original, o projeto voltará à Câmara dos Deputados. A senadora admite que a batalha é difícil, mas diz que tem expectativas de convencer os senadores a mudarem de opinião na terça-feira, quando haverá uma reunião, acordada entre ela e Demostenes Torres, com os demais membros da CCJ. De acordo com a senadora, o objetivo será "afinar" a proposta. Mas ela avisa: não abre mão das cotas raciais. "Do meu ponto de vista, nesse caso, não tem meio-termo. Ou se é a favor ou contra", diz.

Paloma Oliveto – Correio Braziliense, 24/04

Enviado por Rogério Feop/PR
----
danilo, ufs
fneop

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Primeiro Final de Semana de Mídia Livre do Pantanal – 25 e 26/04/09

Este projeto foi um convite do grupo CHAMA em parceria com o Projeto Olhar Cidadão, idealizado pelo fotógrafo Lúcio Telles, com a Faculdade Sergipana - Faser desenvolverem atividades na comunidade do Pantanal. Essa comunidade é palco de grande desigualdade social, visto que é próxima a duas áreas nobres de Aracaju enquanto as próprias condições básicas de habitação não existem. Por outro lado, como toda comunidade popular, tem sua riqueza e beleza particular que são muito maiores que os problemas sociais.

O Projeto é realizado num galpão alugado. O CHAMA é desenvolvido pela comunidade local através dos músicos da banda de reggae Oganjah e pela Tia Dora.

Sábado, 25.04.09
As atividades estavam previstas para começar às 9h. A proposta é produzir com as crianças máquinas fotográficas caseiras (Pinhole) e tirar fotos da comunidade. Por conta do trabalho só pudi chegar 10:15h. Neste momento perguntava-se às crianças o que elas iriam fotografar de alegre ou de triste na comunidade. Bem tímidas, elas foram falando aos poucos. Falou-se da família, do rio Poxim que está poluído e da própria oficina que eles estão participando.

Também perguntou-se o que as crianças viam na tevê quando falava do Pantanal. Constatou-se que mostra muita violência, mas será que é só isso que tem na comunidade? Se elas fossem fazer um jornal o que haveria nele? A proposta então é que se faça um jornal da comunidade, pois quem sabe falar da comunidade é ela mesma, são as pessoas que nela moram.

Depois as crianças olharam na caixa escura como a camara capta a imagem a ser fotografada e que ela aparece invertida.
No período da tarde fizemos as máquinas fotográficas caseiras, ou Pinhole. O processo de fabricação é mais ou menos o seguinte: pega-se uma caixa de fósforo e pinta a parte de dentro com tinta preta, inclusive a parte de encaixe. Esta parte de encaixe deve ter o seu fundo recortado. Corta-se um pedaço de lata de alumínio (refrigerante) do tamanho da caixa de fósforo e nela faz um pequeno furo com uma agulha – não deve passar a agulha toda (Pinhole = buraco de agulha). Em seguida, faz um pequeno buraco na parte de cima da caixa de fósforo. O pedaço da lata de alumínio deve ser encaixado na parte de cima da caixa de fósforo de modo que os dois buracos permitam a passagem de luz – prende-se com fita isolante. Feito isso, colocamos os dois rolos de filmes, o novo e o usado. Para tanto, coloca-se a caixa de fósforo com o lado do furo para a frente, o filme novo fica na direita e deve ser desenrolado de modo que passe por dentro da caixa de fósforo, ainda sem a parte do encaixe. Depois, com a fita isolante, unifica os dois filmes e enrola o usado até o novo entrar nele. Acabada essa parte, insere o encaixe da caixa de fósforo e isola-se toda a caixa com fita isolante. Por fim, faz-se com a fita isolante um pequeno lacre que fechará e abrirá o furo da caixa de fósforo expondo ou não à luz.
Destacou-se também a importância dessa troca de saberes entre a academia e a comunidade. A idéia é fazer deste projeto de dois dias em uma ação permanente. É muito bom e enriquecedor para quem vem a desenvolve a atividade – mas é cruel para quem fica na comunidade se ela não tiver continuidade. É como ter um banquete em um dia e no outro passar fome. Os outros convidados que façam qualquer outra atividade que queiram ministrar é só falar, pois pretende-se fazer atividades uma vez a cada dois meses, ou por mês. Dependendo da quantidade de oficinas, alterna-se os ministrantes, mas a comunidade tem uma agenda permanente.
Encerramos as atividades pouco depois das 17h.

Domingo, 26.04.09
Começamos as atividades por volta das 10h. Foi mostrado como é o funcionamento da máquina fotográfica caseira: cada uma delas tem um número escrito, dois ou quatro, que representa o tempo que a máquina deve estar exposta à luz para que a fotografia seja feita. Após a foto ser tirada deve-se girar o filme. Também foi enfatizado que a foto deve ser feita em superfícies planas, para evitar que sai tremida a foto. As pessoas que fossem ser fotografadas também deveriam se manter paradas.
Por fim, antes de sairmos à comunidade para fotografar, lembrou-se que há poucas fotos (cerca de 10) a serem tiradas, então que se escolhe-se bem o que ia fotografar. E que hoje é o dia mundial do Pinhole, que esta atividade está se realizando em diversos lugares do mundo como Ucrânia, Alemanha, Japão e também aqui no Pantanal. Esta arte é valorizada por ser feita com material reciclado e ser mais acessível à todas/os.

As crianças foram acompanhadas por um/a responsável que auxiliou. Foram tiradas fotos de cavalos, do rio, de flores, de familiares, etc. Depois voltamos ao galpão da CHAMA ou da Tia Dora, como é conhecido. As crianças devolveram as máquinas. Dia 16/05 ocorrerá o Varal Fotográfico: uma exposição das fotos que foram tiradas.
Enquanto fazíamos as fotos na comunidade, quem não participou ontem ou não tinha uma máquina fotográfica caseira ficou fazendo o fanzine, o jornal do Pantanal. Quase todos os textos foram escritos pelas crianças. A idéia é tirar cópia e distribuir na comunidade. Os textos fazem referências às ruas, pessoas e locais do Pantanal para que a comunidade se sinta representada, se reconheça no fanzine.
Avaliando o Primeiro Final de Semana de Mídia Livre do Pantanal podemos dizer que foi um sucesso. Crianças da comunidade que nos outros projetos não se interessaram, neste apareceram. Houve uma boa interação entre as crianças e adultos que não eram da comunidade. As crianças se empenharam e compreenderam bem a atividade que estavam desenvolvendo, tanto a questão técnica de produzir uma máquina fotográfica caseira com material reciclado, quanto a questão pedagógica de que a comunidade pode falar dela mesma e não apenas agentes externos, como acontece na grande mídia.

Relatoria por Danilo Kamarov
Fórum de Estudantes de Origem Popular

Projeto C.H.A.M.A desenvolve o Primeiro Final de Semana da Mídia Livre do Pantanal


Nos dias 25 e 26 de abril acontece na Comunidade Pantanal, área pertencente ao bairro Inácio Barbosa, no Galpão do Projeto C.H.A.M.A., o primeiro final de Semana da Mídia Livre. O evento, que acontecerá das 9h às 17h, é uma comemoração do Pinhole Day, que acontece no dia 26 de abril em países de todo o mundo.

O Pinhole é uma técnica de fotografar que não utiliza lentes, a captação da imagem é feita a partir de objetos reciclados como lata de alumínio ou caixas de fósforo, e é considerada uma ferramenta de democratização do acesso a comunicação, uma vez que possibilita o desenvolvimento da técnica fotográfica a partir de objetos reciclados.

No final de semana da Mídia Livre serão oferecidas, aos moradores da Comunidade Pantanal, oficinas de Fotografia, com a técnica Pinhole, e também oficina de fanzine, outro importante produto na luta pela democratização dos meios de comunicação. Os jornais-fanzines são, assim como as máquinas de pinhole, produtos de comunicação feitos artesanalmente, um jornal produzido com recorte, colagem e Xerox.

A relevância maior das oficinas está no comprometimento destas não só com o desenvolvimento/ensino da técnica desses meios de comunicação, muito mais que isso. O Primeiro Final de Semana da Mídia Livre do Pantanal é um espaço de promoção da democratização dos meios de comunicação e disseminação da comunicação comunitária e participativa, onde os educandos refletirão sobre o espaço do sistema comunicacional em nossa cultura, na nossa cidade e principalmente, no nosso bairro. Questões acerca do espaço onde vivem serão levantadas e, opiniões e idéias serão construídas a partir da discussão sobre temas relevantes para a comunidade como meio ambiente e cidadania.

Cada participante das oficinas aprenderá todas as etapas de produção da mídia. Tanto a produção de textos (do fanzine) e a produção de fotos (em saída fotográfica pela comunidade) como também aprenderão a produzir as máquinas e os jornais. Uma apropriação midiática, tanto da técnica quando do conteúdo.

O encerramento das atividades acontece no dia 16 de maio, às 16h, no Galpão C.H.A.M.A, quando haverá a abertura da exposição As belezas do Pantanal, resultado das fotografias tiradas pelos educandos das oficinas, e lançamento do fanzine produzido. Esta é uma iniciativa do projeto C.H.A.M.A em parceria com o Projeto Olhar Cidadão, idealizado pelo fotógrafo Lúcio Telles, com a Faculdade Sergipana -Faser e objetiva promover a inclusão participativa de jovens no processo de comunicação gerando mídias comunitárias e democráticas.


Fiuei sabendo neste blog dub-o-matic. Acessem! Cultura negra e grande parceiro do Feop/Se.

danilo, ufs
fneop

Além do vestibular, Enem deve avaliar aluno de graduação

Além de substituir o vestibular, o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve ser usado como parte do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), feito por alunos de faculdades, universidades e centros universitários do País. Hoje, alunos do primeiro e do último ano de cursos de graduação precisam realizar a prova. A intenção do Ministério da Educação (MEC) é que os jovens que fizerem o novo Enem ao fim do ensino médio sejam dispensados do Enade aplicado aos calouros.

A mudança deve ocorrer no ano que vem, mas já está sendo organizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável pelas avaliações. Este é o primeiro ano em que o Enade será obrigatório para todos os calouros e formandos dos cursos avaliados. Até 2008, o exame era feito por amostragem. Mais de 1 milhão de pessoas ingressam no ensino superior por ano no País.

Será a primeira vez também que o Enem passará a ser elaborado para que seu resultado possa ser comparado ano a ano. Até então, a prova tinha um nível de dificuldade diferente a cada edição. As duas mudanças vão ajudar na comparação de Enem e Enade em 2010. "Não é preciso ter exames idênticos para se comparar, e sim instrumentos capazes de medir o potencial de aprendizado dos alunos, como o novo Enem", diz o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes.

A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf, acha que o uso da nota do Enem no Enade será bom para os alunos, mas mantém suas críticas à avaliação do ensino superior. "O Enade continua permitindo rankings de universidades, como o Provão, e a avaliação interna da instituição não é valorizada."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enviado por Sabrina Almeida, feop/RJ
---
danilo, ufs
fneop