Estudantes e movimentos sociais reivindicam campus no sertão
Ato ocorreu na manhã desta terça, 18, no auditório da UFS
18/08/2009 - 14:51
Ato ocorreu na manhã desta terça, 18, no auditório da UFS
18/08/2009 - 14:51
Representantes de coletivos sociais pedem urgência na implantação do projeto
Debater a convivência com o semi-árido a partir do acesso da população à educação e resgate cultural do povo sertanejo. Essa foi a motivação de jovens e movimentos sociais para reivindicar a implantação de um campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS) no sertão sergipano, em ato ocorrido na manhã desta terça, 18, no auditório da UFS.
O projeto prevê implantação do novo campus no município de Nossa Senhora da Glória, visando atender ao médio e alto sertão sergipanos. Dessa forma, o acesso ao ensino superior contribuiria para a formação dos filhos de agricultores e camponeses sertanejos, que dificilmente conseguem se deslocar para a capital a fim de continuar os estudos.
Vice-reitor defende a importância do novo campus
O vice-reitor da UFS, professor Angelo Antoniolli, afirma que o modelo pedagógico proposto para a unidade de Nossa Senhora da Glória é diferente, integrando e envolvendo o aluno com as comunidades locais. "É preciso perceber que essa universidade está sendo construída para suprir o desejo de uma sociedade. Temos que oportunizar aos alunos de escolas públicas os cursos condizentes com a realidade em que vivem, organizando para que seja uma universidade do povo, e não de uma fatia da sociedade".
O coordenador geral da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), Vinícius Oliveira, graduando de Comunicação Social da UFS, afirma que não basta apenas o campus ser construído: "Precisamos também de condições de estudo e que a universidade esteja afinada com a necessidade de se fazer pesquisa e extensão".
O ato reuniu, também representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Urbanos Sem Teto (Motu), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), grêmios estudantis, coletivo Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA), associação de pescadores e de jovens, Pastoral da Juventude do Meio Popular, e deputados estaduais.
Realidade da comunidade do semi-árido
A escassez de chuvas durante a maior parte do ano, a falta de políticas públicas e a desigualdade social faz com que a juventude do sertão não tenha condições para continuar os estudos. "O jovem não tem acesso à educação, à saúde e ao lazer. Para conseguir viver ele precisa sair de onde vive e vir para a capital", diz Fabio Andrey, representante do MST.
"O filho do agricultor não deve perder a sua origem e a sua identidade cultural. O que é difícil é conseguir romper com a concentração de renda e terras na região. Aos poucos o sertão está se desenvolvendo, e a universidade tem que estar dentro disso".
Desejo antigo
A mobilização para a construção do novo campus começou em 2005, resultando num projeto criado pela reitoria da universidade em sua segunda gestão. Alguns dos cursos a serem criados serão: Medicina Veterinária, Engenharia Florestal, Agronomia e cursos na área de licenciatura.
A próxima reunião sobre a reivindicação do campus será realizada em Porto da Folha no dia 9 de setembro. Segundo Bruno Balbino, representante do coletivo Juventude do Campo e da Cidade do Alto do Sertão, a reunião tentará articular parlamentares da bancada federal e estadual para discutir a implantação da proposta de um hospital veterinário na região do sertão.
Por Marianne Heinisch e Aldaci de Souza
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danilo, feop/se
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